quarta-feira, 28 de abril de 2010

10 dicas para adolescentes


A experiência é um grande professor, mas às vezes não é a melhor maneira de aprender, especialmente quando se trata de suas necessidades médicas. As pessoas inteligentes aprendem com seus erros, mas os sábios aprendem com os erros de outras pessoas. Em meus dez anos, com diabetes, eu descobri que para eliminar os problemas, você precisa antecipar as suas necessidades. Depois de alguns minutos de preparação você pode desfrutar de uma tarde de muita diversão com seus amigos, uma nota melhor na prova, ou a participação em competição desportiva sem complicações.
Como pessoas com diabetes, não temos a opção de esquecer a nossa doença, se quisermos manter um estilo de vida saudável. Então, abaixo seguem os dez mandamentos que aprendi que todos nós devemos ter para nos protegermos das complicações no nosso dia a dia.
1. Ter tabletes de glicose em você o tempo todo.
2. Sempre verifique sua glicemia antes de qualquer tipo de atividade física.
3. Ter algum tipo de bebida açucarada com você durante qualquer tipo de exercício ou esporte. Suco de laranja para mim é o melhor.
4. Ter uma pequena bolsa para carregar as insumos para controle do diabetes.
5. Verificar o seu açúcar no sangue e, se necessário, tentar fazer um lanche 15 minutos antes de uma prova.
6. Quando praticar esportes, verifique a sua glicemia e faça ajustes durante os intervalos.
7. Tenha uma caneta de insulina à mão, caso de você precise fazer alguma correção de glicemia.
8. Sempre ouça o seu corpo. Se você está com sede o tempo todo e tiver que urinar com frequência, você definitivamente precisa checar sua glicose no sangue.
9. Nunca tenha medo de dizer a um treinador ou um professor que seu nível de açúcar no sangue está baixo, porque se você ficar esperando o problema não vai desaparecer.
10. Quando o açúcar no sangue estiver baixo, depois do corboidrato, consuma proteína. Os carboidratos aumentam o açúcar no sangue, e a proteína impe que volte a cair.
Por Tyler Stevenson
(Tyler é um calouro de 19 anos de idade da Florida State University)
25 de março de 2010
http://www.diabeteshealth.com/read/2010/03/25/6615/tylers-top-ten-tips-for-teens-/
Traduzido e adaptado por Mark Barone

Por que a Hemoglobina Glicada (A1C) é tão importante?


A hemoglobina glicada, ou A1C, é um dos seis exames que as pessoas com diabetes precisam fazer regularmente. Alguém sem diabetes teria um A1C entre 4 e 6 por cento, enquanto a meta para a maioria das pessoas com diabetes é uma A1C inferior a 7 por cento.

“Quanto mais alta a sua A1C, maior o risco de desenvolver complicações a longo prazo, tais como infarto, derrame, doença renal, neuropatia e os problemas de circulação”, diz Martin Abrahamson, MD, Diretor Médico do Contro de Diabetes Joslin.
Mantenha sua glicemia o mais dentro possível dos níveis alvo (determinados pelo seu médico), e corrija as variações glicêmicas. Nunca e esqueça da importância da auto-monitorização frequente da glicemia, de tomar sua mediação (insulinas, comprimidos, ou ambos), de se alimentar de forma saudavel e praticar exerc´cicios físicos para além de manter o controle da glicemia, manter-se saudável.
“A A1C é uma leitura mais sofisticado feito por laboratórios e reflete a média da glicose ao longo dos últimos dois a três meses”, explica Andrea Penney, RN, CDE, na Joslin Diabetes Center.
Penny explica que a A1C mede a glicose que se adere às moléculas de hemoglobina nos glóbulos vermelhos. Quanto maior os níveis de glicose no sangue, a glicose se apega mais à hemoglobina e, portanto, maior a A1C. Os glóbulos vermelhos, ou hemácias, duram 120 dias. Por isso, medir o percentual de moléculas de hemoglobina que têm glicose associada, ajuda-nos a saber a quantidade extra de glicose que esteve na corrente sanguínea durante os últimos meses.
A A1C deve ser dosada a cada três a seis meses. Não requer jejum e pode ser feita a qualquer hora do dia. Uma leitura menos de 7 por cento é a meta de campo. Quanto mais perto você chegar, melhor você vai se sentir.
Fonte: www.joslin.org/info/all_about_a1c.html
Traduzido e adaptado por Mark Barone

domingo, 25 de abril de 2010

Quais os direitos dos portadores de diabetes no Brasil?

Organizações de todo o Brasil há muitos anos vem se preocupando em esclarecer aos portadores de diabetes, familiares e comunidade em geral, que os cuidados com a diabetes envolvem a educação em diabetes, o tratamento adequado e o conseqüente acesso ao mesmo.

A saúde é direito de todos e dever do Estado, segundo determina nossa Constituição Federal ( artigo 196 e seguintes), chamada de constituição cidadã, e a Lei Orgânica da Saúde, Lei 8080/90 (artigo 7º,I). Nesse sentido, qualquer cidadão tem o direito de ser atendido pelo sistema público de saúde sempre que necessário para a proteção ou recuperação de sua saúde. Uma das diretrizes do SUS – Sistema Único de Saúde é justamente o atendimento integral, que consiste no fornecimento tanto das ações e serviços de saúde preventivos como dos assistenciais ou curativos (artigo 198, II da Constituição Federal; artigos 5º, II e 7º, II da Lei 8080/90).

Sabemos que colocar isto em prática não é fácil para o cidadão. O atendimento e a busca dos direitos não é fácil e é necessário muita determinação e informações adequadas e também é preciso enxergar que ao buscar resolver um problema pessoal, você também pode contribuir para a melhoria do Sistema de Saúde como um todo, fazendo um bem para toda a sociedade.

Os portadores de diabetes sempre questionam que ou não tem condições de fazer o tratamento adequado ou que para fazer o tratamento vital, consomem parte significativa do orçamento familiar, deixando de atender as outras necessidades básicas suas e a de seus familiares.

Como já foi informado e divulgado inúmeras vezes o Estado de São Paulo aprovou a Lei 10782/2001, que determina ao SUS o fornecimento de todo o tratamento que o portador de diabetes necessita.

Em 26 de setembro de 2006, foi promulgada pelo Governo Federal a Lei 11.347, que prevê a distribuição gratuita de medicamentos e insumos aos portadores de diabetes, inscritos em um programa de educação em diabetes.

Em 10 de outubro de 2007 foi publicada a Portaria 2583, que define o elenco de medicamentos e insumos disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde.

A fim de normatizar o fornecimento dos medicamentos e insumos, alguns Estados criam protocolos, estipulando quais são os itens que serão fornecidos e em que quantidades.

Todos devem ter em mente que primeiro devem buscar receber administrativamente todo o tratamento que necessitam, conforme prescrição de seu médico. Todavia, depois de esgotada a esfera administrativa e não sendo atendido, todo cidadão tem o direito de buscar através da esfera judicial os seus direitos. Isto demonstra que aquele que não conseguiu receber administrativamente não ficará desamparado.

A seguir informamos abaixo algumas leis e decretos estaduais, federais e municipais, salientando que a lista, ora apresentada, não esgota toda a legislação existente.

LEIS FEDERAIS

- Lei nº 11.347 de 27/09/2006- prevê a distribuição gratuita de medicamentos e insumos aos portadores de diabetes, inscritos em um programa de educação em diabetes.

- Portaria Ministerial nº 2583 de 10/10/07- Define o elenco de medicamentos e insumos disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde( clique aqui).

- Lei nº 7713 de 22/12/1988 – No artigo 6º, inciso XIV, está prevista a isenção de imposto de renda para os portadores de diabetes que já possuam complicações da diabetes, tais como: cegueira, cardiopatia e nefropatia graves.

- Lei º 11.052 de 29/12/2004, que altera o inciso XIV da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, com a redação dada pela Lei no 8.541, de 23 de dezembro de 1992, para incluir entre os rendimentos isentos do imposto de renda os proventos percebidos pelos portadores de hepatopatia grave.

LEGISLAÇÃO ESTADUAL

EM SÃO PAULO:

Lei Estadual nº 10782, de 09/03/2001 - Define diretrizes para uma política de prevenção e atenção integral à saúde da pessoa portadora de diabetes, no âmbito do Sistema Único de Saúde, no Estado de São Paulo.

LEGISLAÇÃO MUNICIPAL SOBRE DIABETES EM SÃO PAULO:

1) Decreto Municipal nº 43.237, de 22/05/2003 - Regulamenta a Lei n° 13.285, de 09-01-2002, que cria o Programa de Prevenção ao Diabetes e à Anemia Infantil na Rede Municipal de Ensino, e dá outras providências

2 ) Lei 11.766- 17/05/95- Municipal- Institui o Dia Municipal de Prevenção ao Diabetes e dá outras providências.

3 ) Lei 11.845-06/07/1995- Municipal- Institui no Municipio de São Paulo o programa de doação de seringas descartáveis e insulina a portadores de Diabetes Melittus em toda a Rede Municipal de Saúde.

4 ) Lei 12.496- 10/10/1997 – Municipal- Altera o art. 3º da Lei nº 11.845, de 06/071995.

5 ) Lei 10.816- de 01/06/2001- Institui o dia Estadual de Prevenção do Diabetes, com o objetivo central de examinar, cadastrar, esclarecer e conscientizar preventivamente sobre o diabetes.

6 ) Lei 13.205- 08/11/2001- Dispõe sobre a obrigatoriedade das escolas e creches municipais manterem alimentação diferenciada aos diabéticos em sua merenda escolar.

7 ) Lei 13.285- 09/01/2002- Municipal- Cria o Programa de Prevenção ao Diabetes e á Anemia Infantil, na rede Municipal de Ensino e dá outras providências.

8 ) Lei 13.445- 23/10/2002- Dispõe sobre alteração ao artigo 2º da Lei 11.845, de 06/07/1995, que institui o programa de doação de seringas descartáveis e insulina aos portadores de diabetes melittus e dá outras providências.

NO RIO DE JANEIRO:

- Lei Estadual nº 1751, de 26/11/1990 - Dispõe sobre a obrigatoriedade de poder público instituir, como direito do cidadão, uma política de saúde preventiva do diabetes no Rio de Janeiro.

- Lei Estadual nº 3436, de 03/07/2000 - Dispõe sobre a criação de campanhas permanentes de prevenção, controle à diabetes pelo poder executivo em todo Estado do Rio de Janeiro.

- Lei Estadual nº 3885, de 26/06/2002 - Define diretrizes para uma política de prevenção e atenção integral à saúde da pessoa portadora de diabetes, no âmbito do Sistema Único de Saúde, no Rio de Janeiro, e dá outras providências.

- Lei Estadual n° 4119, de 1º/07/2003 - Dispõe sobre a distribuição gratuita de medicamentos e materiais necessários a sua aplicação e à monitorização da glicemia capilar aos portadores de diabetes. Para receber o benefício, o paciente deve estar inscrito no cadastro para pessoas com diabetes em unidade de saúde do Estado do Rio de Janeiro.

NO DISTRITO FEDERAL:

- Lei Distrital 640, de 10/01/94 - Dispõe sobre a distribuição de medicamentos e tiras reagentes no Distrito Federal.

NO RIO GRANDE DO SUL:

- Portaria nº 74, de 27/12/2002 - A Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul aprovou a concessão de insumos adicionais necessários à monitorização domiciliar da glicemia capilar aos usuários do Sistema Único de Saúde, que estejam sendo atendidos pelos serviços públicos e/ou conveniados, dentro da área de abrangência de cada coordenadoria de saúde. Fica estabelecido, então, que serão fornecidos glicosímetros e 100 fitas reagentes, mensalmente, para indivíduos portadores de Diabetes Mellitus tipo 1 em tratamento intensivo com insulina.

NO PARANÁ:

- Lei Municipal nº 2661, de 30/09/2002 - Define diretrizes para uma política de prevenção e atenção integral à saúde da pessoa portadora de diabetes, no âmbito do município de Foz do Iguaçu, no Estado do Paraná.

NO MATO GROSSO DO SUL:

- Lei Estadual nº 2.611, de 9 de bril de 2003- Estabelece diretrizes para a implantação de política de prevenção e atenção integral à saúde do cidadão portador de diabetes, e dá outras providências.( Esta é uma lei de Campo Grande/MS).

EM PERNANBUCO:

- Lei Estadual nº 12565, de 26/04/2004 - Define diretrizes para uma política de prevenção e atenção integral à saúde da pessoa portadora de diabetes, no âmbito do Sistema Único de Saúde, e dá outras providências, no Estado de Pernambuco.


Fonte e credibilidade do artigo: Associação de Diabetes Juvenil
Autor: Ione Taiar Fucs - Presidente e Coord ADJ-Jur

Edição: Grupo de Apoio aos Amigos Diabéticos
 
FONTE: http://gaad-amigosdiabeticos.blogspot.com

O que é Índice Glicêmico ?

O índice glicêmico (IG) é um método, proposto pelo Dr. David Jenkins, pesquisador da Universidade de Toronto – Canadá, em 1981. Ele representa a qualidade de uma quantidade fixa de carboidrato disponível de um determinado alimento, em relação a um alimento-controle, que normalmente é o pão branco ou a glicose, a partir daí, são classificados baseados em seu potencial em aumentar a glicose sangüínea. Através da analise da curva glicêmica produzida por 50g de carboidrato (disponível) de um alimento teste em relação a curva de 50g de carboidrato do alimento padrão (glicose ou pão branco). Atualmente utiliza-se o pão branco por ter resposta fisiológica melhor que a da glicose.

Equação:

CG = IG x Teor CHO disponível na porção do alimentos/ 100

Qual a Importância de Consumir Alimentos com Baixo IG?

As evidências científicas reforçam que o carboidrato é o maior preditor do aumento da glicemia pós refeição, devendo-se considerar qualidade e quantidade deste macronutriente.

O índice glicêmico é uma medida de qualidade do alimento e a carga glicêmica, apesar de ser uma medida que leva em consideração a qualidade e quantidade, controvérsias sobre a validade destes métodos ainda persistem.

Existem diversos fatores que interferem na resposta glicêmica dos alimentos, como a procedência do alimento, tipo de cultivo, forma de processamento e cocção, consistência e teor de fibras. Ao recorrer a tabelas, corre-se o risco primeiramente de identificar alimentos que no caso, não são típicos do Brasil, uma vez que dispomos de tabelas internacionais. Além disso, muitos alimentos com baixo IG, trazem na sua composição altas concentrações de gorduras.

Diante desta situação, vale ressaltar a importância da orientação nutricional realizada pelo nutricionista especialista no atendimento as pessoas com diabetes, no sentido de esclarecer quanto a viabilidade e vantagens na escolha de alimentos com baixo IG e CG.

Como Identificar IG dos Alimentos?

Tal índice foi proposto para auxiliar a seleção de alimentos, assim quando alimento controle utilizado é o pão , os alimentos analisados que apresentam IG 95, são considerados de alto IG. Caso o alimento padrão seja a glicose, considera-se alto, IG > 70, médio IG 56 – 69 e baixo IG < 55.

A recomendação para o uso do IG, baseia-se, principalmente, na substituição de alimentos de alto por baixo IG ao longo do dia.

Onde Encontrar Informações sobre o IG dos Alimentos?

A primeira tabela divulgando valores de IG dos alimentos foi publicada em 1981 e continha 62 alimentos, desde então o número de alimentos de todo o mundo, vem sendo amplamente analisados por pesquisadores do Canadá, Austrália, Nova Zelândia. No Brasil, o IG de alguns alimentos como o abacaxi, morango, banana, feijão, arroz e alguns alimentos industrializados, vem sendo analisados pela Professora Dra. Elizabete Wenzel de Menezes, coordenadora da equipe na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP).

Carga Glicêmica (CG)

O Que É?

O conceito sobre carga glicêmica (CG) foi proposto, em 1997, pelo Dr. Salmeron , pesquisador da Harvard Scholl. A carga glicêmica (CG) é um produto do índice glicêmico (IG) e da quantidade de carboidrato presente na porção de alimento consumido, comparado com o alimento padrão.

Este marcador mede o impacto glicêmico da dieta , sendo calculado através da multiplicação do IG do alimento pela quantidade de carboidrato, contida na porção consumida do alimento.

Equação: CG = IG x teor CHO disponível na porção/100

Como Identificar a CG dos Alimentos?

Considerando a glicose como controle, os alimentos podem ser classificados em baixa carga glicêmica (CG 20).

Qual a Importância de Consumir Alimentos com Baixa CG?

As evidências científicas reforçam que o carboidrato é o maior preditor do aumento da glicemia pós refeição, devendo-se considerar qualidade e quantidade deste macronutriente. O índice glicêmico é uma medida de qualidade do alimento e a carga glicêmica, apesar de ser uma medida que leva em consideração a qualidade e quantidade, controvérsias sobre a validade destes métodos ainda persistem.

Existem diversosfatores que interferem na resposta glicêmica dos alimentos, como a procedência do alimento, tipo de cultivo, forma de processamento e cocção, consistência e teor de fibras. Ao recorrer a tabelas, corre-se o risco primeiramente de identificar alimentos que no caso, não são típicos do Brasil, uma vez que dispomos de tabelas internacionais. Além disso,. muitos alimentos com baixo IG, trazem na sua composição altas concentrações de gorduras. Diante desta situação, vale ressaltar a importância da orientação nutricional realizada pelo nutricionista especialista no atendimento as pessoas com diabetes, no sentido de esclarecer quanto a viabilidade e vantagens na escolha de alimentos com baixo IG e CG.

Considerações Finais sobre IG e CG

Ainda não existe um consenso entre os diversos órgãos de saúde mundiais, sobre a recomendação do índice glicêmico (IG) e carga glicêmica (CG), como estratégia primária para o planejamento do plano alimentar para pessoas com Diabetes Mellitus, pois, questiona-se a relevância e praticidade destes métodos, havendo a necessidade de realização de mais estudos de longa duração com alimentos de baixo IG e CG, no intuito de avaliar seus efeitos na prevenção e tratamento de diversas doenças crônicas não transmissíveis.


Consultoria: Dra. Gisele Rossi Goveia, Especialista em Nutrição Clínica

Nutricionista da Preventa Consultoria em Saúde - SP, Coordenadora do Departamento de Metabologia e Nutrição da Sociedade Brasileira de Diabetes 2006/2007.
 
FONTE: http://www.diabetes.org.br/component/content/article/44-ultimas-noticias/1271-o-que-e-indice-glicemico

Você sabe o que seu filho com diabetes pode comer?

Você sabe o que seu filho com diabetes pode comer? Bem, ele poderá comer o que as outras crianças comem, apenas com mais equilíbrio nos nutrientes: Carboidratos/proteínas/ gorduras/frutas e verduras que fornecem vitaminas e fibras. A diferença é que, no dia-a-dia, você deve evitar dar a ele doces e controlar a ingestão de carboidratos (o ideal do prato de qualquer garoto).

Mas quando ele quiser comer um brigadeiro, tomar um sorvete, provar do milkshake do amigo, libere. Se ele se sentir seguro, que de vez em quando pode comer bobagens, vai se alimentar com muito mais qualidade.

Dicas Importantes:

• Incentive seu filho a praticar esportes desde pequeno.
• Ensine seu filho a contar os carboidratos, entendendo que alimentos ele pode trocar por outros. Ele vai ter autoconfiança de que pode se cuidar direitinho.
• Você, o resto da família, os irmãos, todo mundo em casa deve encarar o diabetes da forma mais natural possível. Ele não pode se sentir – e ele não é – diferente de ninguém.
• Sempre aprenda e faça com que ele aprenda a se cuidar: como medir a glicemia, como se medicar, como se virar em caso de hipoglicemia.

O que fazer em aniversários?

Criança não pensa em comer em festinha, criança vai para brincar. Quem come é o adulto acompanhante, que fica observando os filhos correrem para lá e para cá enquanto conversa com outros pais e vai papando um brigadeiro, mais um croquetinho, só mais uma empadinha… Além disso, criança corre tanto, brinca tanto em festa que em geral queima todos os carboidratos ali mesmo. Por precaução, claro, meça a glicemia do seu filho antes e na volta da festa. Daí é medicar e manter a alimentação saudável depois. Assim todo mundo pode se divertir sossegado.

O que fazer na escola?

A cena clássica da criança apontando o dedo para a outra e soltando uma piada de algo constrangedor faz qualquer pai e mãe tremerem por dentro. Quem nunca ouviu, quando era criança, alguma gozação por ser gordo, ou usar óculos, ou vestir uma saia que a má amiga achou “ridícula!” é porque nunca foi à escola. Mais do que compreensível, portanto, que você se preocupe com o dia-a-dia do seu filho entre os amiguinhos. E quando ele se medicar na frente deles? E se quiserem desafiar o garoto a comer algo? E se alguém discriminar seu “bebê”? Provavelmente seu filho vai aprender a lidar com isso na maior, mas você deve ajudá-lo a ter auto-estima.

Prepare seu filho para entender o diabetes e saber como se cuidar. Fale a verdade, do jeito mais simples que ele possa entender: o diabetes pode trazer problemas sérios, mas quem come alimentos saudáveis, toma o remédio, mede a glicemia e faz exercício vai viver muito feliz, sim. Estimule seu filho a saber mais, a fazer o que gosta, a não ter medos que o impeçam das coisas. Assim ele ganha auto-estima, essencial para todos nós. E os colegas da escola? Diante de um amigo tão natural com o próprio diabetes, eles aos poucos param de dar importância para isso. E vão até ajudar se for preciso. Com prazer.

Tire suas dúvidas, sempre, com o cuidador do seu filho, o médico ou a nutricionista. Você também vai se cuidar melhor, e o diabetes, de algum modo, vai acabar melhorando a saúde geral da família.

Fonte: Livro Comida que Cuida 2

sábado, 24 de abril de 2010

Atenção contínua é o trunfo contra a neuropatia


O diagnóstico da neuropatia diabética é feito a partir de uma sequência de exames que devem ser realizados no momento em que o diabético tipo 2 é diagnosticado e após cinco anos do diagnóstico por diabéticos tipo 1. Depois disso, os testes devem ser repetidos anualmente. O diagnóstico precoce permite que o problema seja tratado a tempo e que sua evolução seja desacelerada, explica o endocrinologista Luiz Clemente Rolim, responsável pelo setor de neuropatia diabética do Centro de Diabetes da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

"O exame neurológico e os testes para diagnóstico são necessários porque a maioria dos pacientes não percebe os sintomas dessa complicação", explica o médico.

A sequência dos exames começa com o exame neurológico dos pés, composto por testes que visam a verificar os reflexos e as sensibilidades térmica, dolorosa e vibratória. Esse último pode ser realizado com um diapasão ou com um medidor eletrônico chamado biotensiômetro, que oferece resultados mais exatos e quantifica em volts o grau de comprometimento da sensibilidade vibratória, explica Rolim.

Recentemente, alguns consultórios passaram a dispor de um novo equipamento para estudar a variabilidade da frequência cardíaca a partir da respiração e de algumas manobras que vão sendo determinadas pelo médico para o paciente executar. Esse equipamento avalia as chamadas fibras C (finas) do coração e é um exame não invasivo e indolor, lembra Rolim.

Com esse conjunto de análises é possível diagnosticar a neuropatia diabética precocemente e a boa notícia é que há como evitar ou retardar sua progressão. Isso só acontece, porém, se a neurite (inflamação dos nervos) não estiver avançada, lembra o especialista. Desde o início deste ano, o Brasil já dispõe de um medicamento que tem como base o ácido thióctico, que existe no organismo em baixas quantidades. Até então, o medicamento era importado a alto custo. Esse ácido tem efeito antioxidante e atua como neuromodulador e sua principal função é retardar a evolução da neuropatia. Além disso, em breve estará no mercado um novo medicamento contra a dor da neuropatia. "Em dores leves o tratamento é feito com medidas não farmacológicas, mas dores severas precisam de medicamento específico ou mesmo da associação de até três tipos de analgésicos", explica Rolim.

Fonte : " Diabetes Nós Cuidamos "

Mulher com diabetes não deve usar pílula anticoncepcional

As mulheres que sofrem de diabetes, e estão com a doença descontrolada, serão orientadas pelos médicos ginecologistas a não tomar pílula anticoncepcional até que os índices de glicemia voltem à normalidade.

A nova diretriz foi definida no final do ano passado por uma junta médica da Organização Mundial de Saúde (OMS). Pela primeira vez, todas as contraindicações da indicação da pílula foram reunidas em um manual. O guia será adotado pela Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), afirmou o presidente da entidade, Nilson Melo.

“A entrega do material aos profissionais brasileiros começa em maio”, informou. Segundo Melo, além das diabéticas em situação de descontrole da doença, as portadoras de lúpus também figuram no grupo de contraindicação para o uso da pílula. Não há nenhuma referência à idade e ao tempo de uso.“O uso prolongado (por mais de 10 anos da pílula) não traz prejuízo à fertilidade ou organismo”, diz ele.

O diabetes e a mulher

O diabetes é uma doença em ascensão no Brasil - ocupa o 10º lugar no ranking de mortalidade da população feminina em idade fértil (10 a 49 anos), de acordo com estudo divulgado ano passado pelo Ministério da Saúde. No País, 11% da população têm este problema de saúde.

Uma outra característica da doença é que o controle é difícil, o que reforça o alerta da contraindicação do uso do anticoncepcional. Um estudo feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostrou que 76% dos portadores não conseguem manter os níveis seguros de glicemia, o que aumenta o risco de complicações como cegueira, hipertensão e até amputação de membros em casos mais extremos.

Ruy Lyra, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, explica que os anticoncepcionais orais são compostos de hormônios esteróides que podem piorar o controle da doença. Até então, afirma ele, não existia a diretriz de proibição de uso, trazida agora com o novo manual da Febrasgo. Ainda segundo Lyra, se forem feitos os ajustes necessários para o controle glicêmico, as pílulas podem ser usadas pelas mulheres com diabetes.

Enquanto a doença não estiver controlada, orientam os médicos, a indicação para a mulher evitar a gravidez são métodos como as camisinhas masculina e feminina, além do DIU.
 
Fonte: http://www.portaldiabetes.com.br/conteudocompleto.asp?idconteudo=20062

Insulina provoca alergia?

Em alguns casos, a insulina pode provocar alergia. Essa é uma das complicações possíveis do tratamento do diabetes, mas, felizmente, é um evento raro, em grande parte porque a tecnologia já permite alcançar alto grau de pureza no produto, explica a endocrinologista Maria Elizabeth Rossi da Silva, do Hospital das Clínicas de São Paulo e professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.


Maria Elizabeth Rossi da Silva – “Embora cada vez mais rara, a alergia pode atingir o usuário de insulina. As reações variam do leve desconforto a situações críticas, com manifestações letais como o choque anafilático. Os sintomas de alergia ocorrem mais usualmente nos primeiros seis meses de terapia insulínica e são mais frequentes em quem faz uso intermitente da medicação. Pacientes que desenvolvem alergia à insulina são também mais propensos a manifestar alergia a outros medicamentos, como a penicilina, por exemplo.

A manifestação alérgica pode incidir no local da aplicação ou ser uma reação generalizada. Quando é localizada, compreende três tipos principais:

a) Eritema (vermelhidão) e nódulo discreto, coceira (prurido) ou, às vezes, dor no local da injeção. A reação é imediata, com urticária, nódulo e prurido, seguida da fase tardia, 6-12h após, com edema, eritema e prurido (que podem durar até 2-3 dias).

b) Reação de hipersensibilidade intermediária, que se inicia após 4-8h da injeção, com pico após 12h. As lesões são endurecidas e dolorosas, às vezes com hematoma central, e causam coceira.

c) Hipersensibilidade tardia mediada por células. São lesões pruriginosas, endurecidas, avermelhadas, com queimação local, que aparecem após 12h da aplicação, com pico após 24-48h.

Eventualmente, o diagnóstico dessas lesões pode requerer biópsia.

Já a alergia generalizada é extremamente rara e atinge menos de 0,05% dos pacientes. Os sintomas podem incluir urticária generalizada, edema, vermelhidão, taquicardia e broncoespasmo (chiado pulmonar); raramente evolui para parada cardiorrespiratória.

O tratamento consiste em afastar fatores locais, tais como técnica inadequada de aplicação da insulina ou de higiene local, alergia ao álcool ou produtos utilizados na assepsia. As pistolas injetoras de insulina muitas vezes causam erosão na pele, simulando alergia. A agulhas ultrafinas utilizadas atualmente não causam danos à pele.

As reações locais tendem a ser autolimitadas e se resolvem espontaneamente em 1-2 meses. Pode ser necessário utilizar medicamento oral específico, principalmente aqueles com efeito anti-inflamatório ou anti-alérgico. A medicação não deve ser injetada junto com a insulina porque tem incompatibilidade química e precipita a insulina.

A alergia à insulina, mais frequente quando se usavam as insulinas bovinas ou porcinas era, muitas vezes, facilmente resolvida com a mudança para insulina humana. Como comentado, a alergia à insulina humana é extremamente rara. Nesses casos, uma possibilidade a ser considerada é a alergia a determinados componentes presentes na solução de insulina, podendo ser necessária a troca por outro tipo ou marca de insulina. Dispomos no mercado de insulinas de ação lenta (humana-NPH e análogos: glargina e detemir), de ação rápida (humana regular) ou ultra-rápida (análogos lispro, asparte e glulisina). Se, no entanto, todas essas alternativas falharem, o paciente deve ser submetido à dessensibilização, em regime de internação hospitalar.”

Fonte : "Diabetes Nós Cuidamos"

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Pâncreas Artificial

"Eu tenho diabetes há 25 anos, descobri quando era criança, e carrego uma bomba de insulina, que é a minha vida, se assim posso dizer. Mesmo assim é difícil”, diz o doutor Aaron Kowalski. “Eu preciso furar os dedos várias vezes ao dia para ver o nível da glicose no meu organismo”.

Mas um aparelho que funciona como um pâncreas artificial pode resolver esse problema. O protótipo, apresentado nesta quarta, mede o glucagon, hormônio que eleva a quantidade de açúcar no sangue.

Manda a informação para um computador, que interpreta os dados, e injeta automaticamente no organismo a quantidade necessária de insulina e glucagon para manter o nível de glicose equilibrado.

Até agora os aparelhos portáteis só aplicavam a insulina e não tinham a capacidade de medir e controlar o nível de açúcar no sangue em tempo real.

O médico, que ajudou na desenvolver o pâncreas artificial, conta que será possível evitar problemas graves provocados pela diabetes, como amputações, cegueira, infartos.

Os pesquisadores fizeram testes e o aparelho funcionou muito bem no controle da diabetes tipo 1. Isso é bom para aproximadamente 10% de todas as pessoas que sofrem com esta doença.

A revista científica Science divulgou nesta quarta o resultado do teste com um pâncreas artificial

Mas os próprios cientistas dizem que vão fazer ajustes no mesmo aparelho para que ele venha a ajudar aqueles que sofrem com a diabetes tipo 2. Aí seria um benefício para quase 300 milhões de pessoas em todo o mundo.



FONTE: globo.com
Pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, estão desenvolvendo uma goma de mascar que permite que a insulina seja tomada oralmente e depois absorvida pela corrente sanguínea. A insulina, substância ligada à quebra de moléculas de açúcar que tem pouca ou nenhuma produção em pessoas com diabetes, não pode ser ingerida porque não sobrevive à viagem pelo sistema digestivo humano.


A sensível substância é destruída pelo ácido presente no estômago e pelas enzimas do intestino. Agora, Tejal Desai e sua equipe estão desenvolvendo instrumentos para proteger a insulina, colocando uma cápsula para proteger o medicamento até que ele chegue à corrente sanguínea.

FONTE: http://hypescience.com/24395-chiclete-com-insulina-pode-acabar-com-injecoes-dos-diabeticos/

Associação quer que exame de glicemia se torne obrigatório

Quando Francisco tinha 2 anos e apresentou perda de peso e urina em excesso, sua mãe, Catia Borges, levou-o rapidamente a um hospital do Barreiro, em Belo Horizonte. A médica que o atendeu deu como diagnóstico a desidratação, ministrou soro glicosado ao garoto e o mandou para casa. No dia seguinte, com lábios cianóticos e prostrado, Francisco teve que ser internado em um pronto-socorro e, só então, descobriram a causa dos sintomas: ele era diabético, ou seja, incapaz de processar sozinho o açúcar, e a dose de soro glicosado da véspera quase o matou. "Eu nem sabia que ele era diabético. Ele quase entrou em coma, quase morreu, ficou seis meses internado", diz a mãe do menino, hoje com 8 anos.

Longe de ser um caso isolado, o exemplo de Francisco é recorrente nos pronto-atendimentos, públicos e particulares, uma vez que o exame que mede a taxa de glicemia não é obrigatório. E essa é uma das bandeiras levantadas pela Associação de Diabetes Infantil, que discutirá o assunto em uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais no dia 14 de junho. "O que nós queremos é que todas as crianças que cheguem com sintomas de desidratação nos hospitais e postos de saúde sejam submetidos ao exame de glicemia capilar", conta Cidinha Campos, presidente e fundadora da ADI, sobre o teste que permite saber rapidamente a taxa de glicose no sangue.

Segundo o médico Fábio Guerra, gerente da pediatria do Hospital Municipal Odilon Behrens, o caso de Francisco seguiu um procedimento padrão. "Não há um protocolo específico para se ministrar soro glicosado nos hospitais de urgência, seguimos orientações de associações médicas. A criança chega ao hospital, passa por uma triagem e, após a anamnese e exame clínico, o médico diz se é o caso de dar o soro ou não. Se houver qualquer suspeita de diabetes, o exame é feito na hora", informa Guerra, para quem a causa defendida pela ADI é bastante pertinente. "Acho muito interessante essa proposta da associação, porque melhora o atendimento à criança. Esse exame é feito de maneira muito rápida, uma gotinha de sangue, em menos de um minuto, e está disponível nos hospitais", explica.

Solidária a outras mães, Cátia, faz coro. "Acho boa a campanha da ADI porque impede que outras crianças passem pelo que Francisco passou. É muito sofrimento, um risco muito grande de morrer", completa.

Deputados debaterão questão

A obrigatoriedade do exame de glicemia capilar em crianças em hospitais e postos de saúde é apenas uma das reivindicações que a Associação de Diabetes Infantil (ADI) vai propor na ADI no debate agendado para o dia 14 de junho na Assembleia Legislativa de Minas. Na pauta, estão também isenção de impostos e distribuição de insulina pelo Sistama Único de Saúde. “Vamos discutir a isenção dos impostos dos insumos e dos produtos alimentícios diet, que podemos considerar de primeira necessidade para os portadores de diabetes e obesidade”, diz a presidente da ADI, Cidinha Campos.

“Hoje um doce sem açúcar custa muito caro no Brasil. Queremos garantir para a criança um dos maiores prazeres da vida, que é comer livremente”, diz Cidinha, que tem ainda outras proposições para a audiência com os deputados. “Vai ser também uma oportunidade para tratarmos da inserção das insulinas de ação rápida e ultra-rápida na Farmácia Popular. O diabetes, quando mal-controlado, faz um grande estrago”,

Eu uso bomba de insulina…

Faz um tempo que estou tentando um novo tratamento para o diabetes: uma bomba de insulina. A decisão não foi fácil – até já comentei em post anteriores – mas os resultados tem sidos satisfatórios: a bomba não só melhora o controle como também proporciona mais flexibilidade e espontaneidade ao meu estilo de vida e ao planejamento da minha família. Além disso, permite uma liberdade significativamente maior na escolha de alimentos (e nas quantidades). Vale lembrar que a bomba não funciona sozinha (diferentemente do pâncreas artificial), ela precisa ser avisada. Como assim? Fácil: ela trabalha com um único tipo de insulina – a ultra rápida – de duas maneiras diferentes: basal (quantidade pequena de insulina que é programada para infusão 24h) e bolus (insulina enviada para refeições e correções de hiperglicemias). Esse esquema é parecido com o tratamento com seringas e canetas, mas sem necessidade de aplicação: eu aviso para a bomba o que vou comer e a minha glicemia, e ela calcula e solta a quantidade de insulina necessária (de acordo com a programação) – Quem quiser saber melhor como ela funciona, tenho material explicativo da Medtronic (existem outras marcas no mercado, mas eu só conheço realmente essa), só pedir. Mas nem tudo é perfeito e a bomba de insulina não significa a cura do diabetes. Tem muitas vantagens, sem dúvida, mas também apresenta desvantagens. Assim, pretendo, aos poucos, responder as perguntas mais freqüentes, baseada na minha experiência. Cabe a você, diabético, calcular o trade-off e perceber se a bomba é, ou não, o melhor tratamento para seu caso/momento…

# Como é estar ligado a alguma coisa o tempo todo?

Estranho e difícil, pelo menos no começo. Carregar uma bomba também significa “assumir” o diabetes: muitas pessoas vêem e perguntam o que é. Por um lado é bom, você aprende a falar sobre isso, por outro, é uma “exposição” a mais, que muitos diabéticos preferem evitar. É com o tempo e prática que você acostuma e aprende: aprende a colocar a bomba embaixo do travesseiro para dormir, aprende a fazer malabarismo para se vestir com a bomba conectada, aprende a tornar o aparelinho invisível. A bomba vai estar lá, e você precisa aprender. Além do mais, ainda é possível desconectar a bomba por curtos períodos, uma vez que ela não é a prova d´àgua.


FONTE: Blog de Carol Naumann
http://canaumann.wordpress.com/2010/04/16/eu-uso-bomba-de-insulina/

Falta de distinção é o problema nos diets e lights

Estudo com 120 diabéticos tipo 2 feito pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, mostrou que, apesar de consumir produtos diet e light com frequência, mais da metade não sabe a diferença entre os dois tipos de produtos, não tem o hábito de ler o rótulo desses alimentos e também não controla a quantidade ingerida. Entre os pacientes entrevistados (60 homens e 60 mulheres), todos atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a média de idade era de 63 anos e 83,3% tinham sobrepeso ou obesidade. Os dados foram obtidos por meio de um questionário envolvendo variáveis sociodemográficas, hábitos de vida, história da doença e consumo de produtos dietéticos e adoçantes. A amostra foi composta principalmente por indivíduos com baixa escolaridade.

O estudo, publicado pela Agência Fapesp - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, foi conduzido pela nutricionista Paula Barbosa de Oliveira, que alerta para o fato de que o consumo excessivo desses produtos pode interferir no controle glicêmico e trazer prejuízos para a saúde dos pacientes. Os alimentos classificados como diet são aqueles que estão isentos de determinados nutrientes, como açúcar, sódio ou gordura. Já os produtos light apresentam redução de, no mínimo, 25% do valor energético total ou de algum nutriente presente no produto convencional.

O trabalho indicou ainda que, embora não tenham sido observadas diferenças significativas entre homens e mulheres com relação à ingestão de produtos diet e light, os idosos são os maiores consumidores de adoçantes entre todas as faixas etárias, enquanto as mulheres usam mais o adoçante fora de casa e se dizem mais preocupadas com a quantidade utilizada do que os homens.

Diabetes dobra chance de depressão pós-parto, indica estudo

Gestações de mulheres diabéticas podem ser de alto risco: quando não controlada, a doença aumenta a probabilidade de o bebê nascer com excesso de peso, de complicações no parto e de prematuridade.

Um novo estudo publicado no "Jama" (revista da Associação Médica Americana) acaba de adicionar mais um problema à lista. Após acompanharem mais de 11 mil gestantes, pesquisadores da Universidade Harvard mostraram que o diabetes dobra a chance de a mulher desenvolver depressão na gravidez e nós pós-parto.

Segundo a autora, Katy Kozhimannil, o estudo revelou um novo fator de risco potencial para a depressão pós-parto. "É uma doença muito séria, tratável, mas subdiagnosticada. É importante reunir esforços para detectá-la e ajudar mulheres com alto risco de desenvolvê-la", disse à Folha.

A chance de uma mulher ter depressão pós-parto varia de 10% a 15% nos países ricos e de 15% a 20% no Brasil. Além do diabetes, outros fatores de risco para o problema são história anterior ou familiar de depressão, baixo nível socioeconômico, conflitos conjugais e ocorrência de transtornos de ansiedade e depressão na gestação.

Apesar de a relação entre diabetes e depressão em geral já ser conhecida, trata-se da primeira pesquisa a avaliar a ligação entre a doença e a depressão na gestação e no pós-parto, diz Kozhimannil. Não foram avaliados os motivos que levam ao maior índice de depressão em diabéticos, mas a pesquisadora aponta que fatores biológicos e hormonais podem estar envolvidos, assim como o estresse de lidar com uma doença crônica que traz riscos à mãe e ao bebê.

Segundo o psiquiatra Joel Rennó Jr., diretor do Programa de Saúde Mental da Mulher do Hospital das Clínicas de São Paulo, uma das hipóteses para explicar a questão é que o diabetes tem um efeito neuroquímico sobre os sistemas de neurotransmissores semelhante ao que ocorre na depressão.

A depressão na gravidez piora a aderência ao pré-natal e aumenta o risco de parto prematuro e de baixo peso da criança. Após o parto, pode fazer com que a mulher negligencie o cuidado com o bebê. "Ela não vai ter o prazer de curtir o momento especial que é o pós-parto", diz Rennó Jr.

Segundo o psiquiatra, a depressão não tratada piora a evolução do diabetes. "A doença exige uma aderência do paciente ao tratamento. Tem que fazer um controle glicêmico rigoroso, reeducação alimentar, atividade física, aplicar insulina. O deprimido não faz isso de forma adequada."

A recomendação é que diabéticas planejem a gestação. "O diabetes não compensado no momento da fecundação aumenta de três a seis vezes o risco de malformações no feto", diz Airton Golbert, endocrinologista do Departamento de Diabetes Gestacional da SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes) e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

Diabetes gestacional

Não são só as mulheres que têm diabetes antes de engravidar que devem ficar atentas. Segundo o estudo de Harvard, o diabetes gestacional -que se manifesta apenas na gravidez- também aumenta o risco de depressão. A condição afeta em torno de 6% a 8% das gestantes.

"Na gravidez, a necessidade de insulina aumenta de três a cinco vezes. Na maioria das mulheres, o pâncreas responde bem, mas aquelas que têm fatores de risco, como tendência genética ou obesidade, podem ter o problema", diz Golbert.


Fazer um pré-natal adequado e evitar ganhar peso em excesso ajudam a prevenir o diabetes gestacional.
 
FONTE: FLÁVIA MANTOVANI da Folha de S.Paulo

Rir é bom remédio para diabéticos, diz pesquisa

Dar boas gargalhadas ajuda, e muito, a afastar o risco de complicações cardiovasculares em diabéticos.

Isso é o que revelam pesquisadores americanos da Universidade Loma Linda após acompanhar 20 pacientes com diabetes que também sofriam de hipertensão e tinham altas taxas de colesterol no sangue. Todos usavam remédios para controlar esses problemas.

Os cientistas dividiram os voluntários em dois grupos. Metade deles continuou com o tratamento padrão, tomando os medicamentos. Os demais, além da medicação, também assistiram diariamente a vídeos de humor, selecionados por eles mesmos, durante 30 minutos.

Ao fim de um ano, o grupo que foi estimulado a gargalhar tinha menores taxas de hormônios relacionados ao estresse, como a adrenalina. Além disso, nesses pacientes os níveis de HDL, o bom colesterol, cresceram 26% -no outro grupo, o aumento foi de 3%. E a proteína C-reativa, um marcador da inflamação e do risco de problemas cardiovasculares, despencou 66% entre os que riram mais. A queda dessa substância no grupo controle foi de 26%.

Segundo os autores, os resultados sugerem que rir pode ser um bom complemento terapêutico, capaz de ajudar a prevenir complicações. Estudos anteriores conduzidos pelo mesmo grupo já tinham constatado que a mera antecipação de um sorriso é capaz de aumentar em 27% os níveis das betaendorfinas, hormônios relacionados ao bem-estar, e em 87% as taxas do hormônio do crescimento, envolvido na resposta imune.

Fonte: Folha de S.Paulo

TRATAMENTO DO PÉ DIABÉTICO E FERIDAS COMPLEXAS

O Pé Diabético, principal causa de amputação do membro inferior (risco de 15 a 40 vezes maior), mais do que uma complicação do Diabetes, deve ser considerado como uma situação clínica bastante complexa, que pode acometer os pés e tornozelos de indivíduos portadores de Diabetes Mellitus; tem como principais fatores de risco, a neuropatia periférica e a limitação da mobilidade articular; assim, pode reunir características clínicas variadas, tais como alterações da sensibilidade dos pés, presença de feridas complexas, deformidades, alterações da marcha, infecções e amputações, entre outras. A abordagem deve ser especializada e deve contemplar um modelo de atenção integral (educação, qualificação do risco, investigação adequada, tratamento apropriado das feridas, cirurgia especializada, aparelhamento correto e reabilitação global), objetivando a prevenção e a restauração funcional da extremidade.

Dados epidemiológicos demonstram que o pé diabético é responsável pela principal causa de internação do portador de diabetes. A Organização Mundial de Saúde reconhece que a saúde pública se depara com um sério problema em relação ao diabetes. A previsão para o ano de 2025 é de mais de 350 milhões de portadores de diabetes. Destes, pelo menos 25% vão ter algum tipo de comprometimento significativo nos seus pés.

Atualmente, estima-se que, mundialmente, ocorram duas amputações por minuto às custas do pé diabético, sendo que 85% destas são precedidas por úlceras.

A tendência atual, em virtude da abordagem e resultados mais eficientes, vem apontando para a necessidade da inserção de todos os pacientes portadores de diabetes em centros integrados por multiprofissionais capacitados no manejo especializado do pé diabético. Estatisticamente vale a pena ressaltar que 50% dos portadores de diabetes desconhecem que têm este diagnóstico.


Portanto, é de suma importância a busca desses pacientes, que também desconhecem apresentar um pé
de risco para a manutenção sadia da extremidade. Aqueles que já conhecem o seu diagnóstico, devem ser submetidos a exame clínico pormenorizado e categorizados em grupos de risco, onde então receberão
proposta terapêutica e seguimento clínico individualizados.

GUIA BÁSICO DE CUIDADOS COM O PÉ DIABÉTICO

1. Lavar os pés diariamente; 2. Secar os pés muito bem, sobretudo entre os dedos; 3. Manter a pele limpa e hidratada; 4. Checar os pés todos os dias; 5. Usar lixas de unhas, gentilmente, para os cuidados ungueais básicos; 6. Manter os pés aquecidos e protegidos por meias, palmilhas e calçados bem adaptados, sempre prescritos e monitorados pelo médico especializado; 7. Nunca andar descalço; 8. Verificar o interior dos calçados todos os dias; 9. Manter a glicemia sob controle; 10. Não fumar e seguir as orientações médicas regulares de profissional especializado.

Dr. Fábio Batista - DOUTOR EM CIÊNCIAS E CHEFE DO AMBULATÓRIO INTERDISCIPLINAR DE ATENÇÃO INTEGRAL AO PÉ DIABÉTICO DO SETOR DE MEDICINA E CIRURGIA DO PÉ DO DEPTO DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA
DA UNIFESP
 
FONTE: http://diabeticos.ning.com/profiles/blogs/tratamento-do-pe-diabetico-e

sexta-feira, 26 de março de 2010

O novo dispositivo do tamanho de um polegar permite que a insulina seja inalada

Cientistas americanos descreveram uma nova forma de insulina de ação ultra rápida destinada às horas das refeições que é inalada, sendo absorvida pelo organismo através dos pulmões.

Devida à rapidez da absorção, este novo método imita a resposta insulínica prévia normal observada em indivíduos saudáveis, controlando o rápido aumento dos níveis de açúcar no sangue que ocorre em pessoas com diabetes, imediatamente após uma refeição.
No momento, a AFREZZA  aguarda a aprovação da U.S. Food and Drug Administration (FDA). Contudo, promete ser uma melhor alternativa às atuais injecções na medida em que provoca menor risco de hipoglicemia e implica um menor aumento de peso, comparativamente com outros tratamentos de insulina.

Este novo método de administração de insulina recorre à tecnologia Tecnosfera, que também é aplicável a uma grande variedade de fármacos que atualmente são injetados e que quando tomados por via oral, tal como a insulina, deterioram o estômago.

Outro produto se vale da tecnologia Tecnosfera é o MKC-180. Trata-se de uma formulação com hormonios naturais que controla o apetite e que está sob investigação como uma terapia para a obesidade. “Em estudos não clínicos foi verificada uma notável redução na ingestão de alimentos”, refere Andrea Leone-Bay, da MannKind Corporation, a biofarmacêutica responsável por este novo método e que também está a testá-lo em analgésicos e fármacos para a osteoporose.

 "A nossa plataforma tecnológica é baseada em partículas formadas pela auto-montagem de uma pequena molécula"
, explica Leone-Bay, acrescentando que as drogas são inseridas nessas partículas, que depois são secas de forma a tornarem-se num pó. Ao usar este dispositivo, o paciente inala uma pequena quantidade desse pó, que se dissolve imediatamente após a inalação, sendo absorvido pela corrente sanguínea, processo este muito mais rápido do que uma injeção do mesmo medicamento.

O diabético pode comer ovos de Páscoa?

Poucos resistem a um chocolate. Muito menos na época da Páscoa, quando é impossível entrar em um supermercado e não se deparar com verdadeiras “tendas” decoradas com os tradicionais ovos de chocolate dos mais diversos tipos, em embalagens de apelo visual tentador. O que fazer quando se tem diabetes e a vontade de se deliciar com os presentes do coelhinho bate à porta? A nutricionista Flávia Giordano, da consultoria Nutricompany, de São Paulo, dá as dicas.

Flávia Giordano – “O chocolate é um alimento que desperta sensação de bem-estar porque atua diretamente no cérebro, é energético e, de quebra, pesquisas mais recentes nos mostram que faz bem ao coração porque contêm antioxidantes provenientes da semente do cacau. Alguns estudos indicam também que a gordura do chocolate não eleva o colesterol .
Todos esses benefícios não tornam seu consumo liberado no que se refere às quantidades: precisamos pensar em seu valor calórico. O ideal é limitar o consumo a 30 gramas por dia. Para se ter uma noção do que isso significa, um Bis, por exemplo, tem 7,5g; um bombom Alpino tem 15g. Cada 30 gramas de chocolate ao leite tem em média 170 Kcal e um bombom Sonho de Valsa, que pesa 24 gramas, tem 114 Kcal .
Quem tem diabetes não precisa restringir-se ao chocolate dietético. Para consumir o chocolate normal, é preciso apenas ter controle da quantidade de carboidratos diária. O chocolate ao leite de 30 gramas de peso tem em média 15 gramas de carboidratos (veja abaixo alguns exemplos de chocolate que contêm essa quantidade de carboidratos). Se o chocolate for recheado, porém, esse cálculo é diferente. É o caso de um chokito, que tem 32 gramas, mas contêm 24g de carboidratos.
Além de calcular a ingestão de carboidratos, o portador de diabetes pode procurar amenizar os efeitos do chocolate sobre a glicemia consumindo o produto após a refeição, em substituição a uma sobremesa. A presença de outros nutrientes inclusive fibras faz com que a absorção não seja tão imediata, diminuindo a possibilidade de uma hiperglicemia. Por isso, é aconselhável ingerir o chocolate associado a uma fonte de fibra, uma fruta, por exemplo. Se preferir, a dica é derreter o chocolate ao leite e molhar nele morangos, damascos, pedaços de maçã. Espera-se esfriar e pronto... A sobremesa é apetitosa e tem menor quantidade de chocolate. Mas, atenção: não vale exagerar para não extrapolar no carboidrato da fruta.
Se optar pelo chocolate apenas, o cálculo deve ser o de que 15g de carboidrato desse alimento podem substituir um pequeno pedaço de fruta, uma xícara de leite, uma fatia de pão ou 1/2 xícara de cereais.
Vale ressaltar que se houver exagero pode-se compensar ingerindo mais fibras - que são carboidratos complexos -, líquidos não calóricos e sem glicose, como os chás, principalmente o verde que tem antioxidantes.
O chocolate amargo é o mais rico em antioxidantes porque tem mais massa de cacau e menos manteiga de cacau; o chocolate ao leite, como recebe leite em pó na massa, tem mais proteínas e cálcio, e o branco não traz muitos benefícios, já que é praticamente composto de manteiga de cacau.
Outro cuidado indispensável é promover o ajuste na dose de insulina de acordo com a proporção de carboidrato ou conforme recomendação médica.”

Todos os produtos que se seguem contêm, por porção descrita, aproximadamente 15 g de carboidrato:

Bolo de chocolate caseiro - 1 fatia fina
Bolo de cenoura caseiro - 1 pedaço pequeno(4 x 4 x 2 cm)
Bombom tipo ouro branco ou sonho de valsa - 1 unidade
Negresco® recheado - 2 unidades
Negresco® coberto com chocolate - 1 unidade
Brigadeiro - 2 unidades médias-“festa”
Mousse de chocolate Gold® já preparado - 150 g (3 copinhos de café)
Kinder ovo® - 1 unidade
Chocolate em pó Garoto® - 3 colheres de sopa rasas
Nescau® tradicional - 1 colher sopa rasa
Ovo Maltine® tipo “suíço” - 1 colher de sopa cheia
Dan top® - 1 unidade

Dietético ou não, chocolate exige moderação

Alimento antigo, conhecido dos astecas e maias, o chocolate foi apresentado à civilização européia pela primeira vez por Cristóvão Colombo. Disseminado por todo o planeta, dificilmente há quem hoje não conheça o produto e, mais que isso, que não goste dele. Na forma de bebida quente ou gelada, em barras ou em bombons trabalhados com os mais diferentes recheios, o chocolate só é mesmo considerado um vilão quando o excesso no seu consumo acaba se transformando em mais quilos na balança. Mas cuidado: é muito calórico e, por isso, seu consumo merece toda atenção.

O chocolate, na sua origem, era muito diferente do que conhecemos atualmente, explica a nutricionista Isabela Pimentel, do Hospital do Coração de São Paulo. Antes feito exclusivamente com o cacau, ele incorporou, no século passado, o leite em sua confecção, depois a manteiga do próprio cacau, a gordura hidrogenada, o açúcar. Sem falar nas castanhas, nozes, uvas passas e outros componentes que fazem a diferenciação entre os diversos tipos e marcas comercializados.

"Tudo isso transformou o chocolate em um dos alimentos mais calóricos à disposição do homem moderno", explica Isabela. Um bombom, por exemplo, pode ter cerca de 120 calorias, o equivalente a quatro colheres de arroz ou a metade de um bife. Por isso, a primeira consequência ao se optar por ingerir chocolates é mesmo o risco de engordar, lembra a nutricionista.

Além disso, bombons e chocolates costumam ter muito açúcar, que é rapidamente absorvido pelo organismo. Se depois de comer um chocolate, a pessoa não for logo fazer uma caminhada, por exemplo, esse açúcar é transformado em gordura. Aumenta o nível de triglicérides, que tem relação inversa com a fração boa do colesterol, e em consequência cresce o risco de doença cardiovascular.

Isabela explica ainda que, ao contrário da crença comum, não há comprovação de que comer muito chocolate pode provocar o surgimento de espinhas. Ela diz que a verdade é que o consumo excessivo dessa guloseima pode até criar problemas mais sérios - como prisão de ventre ou gastrite - porque a pessoa muitas vezes deixa de comer outros alimentos e já tem uma história de alimentação pouco saudável.

"Se a pessoa tem uma boa alimentação e come um bombom de vez em quando, isso não lhe traz nenhum problema", garante a especialista, acrescentando que uma alternativa é optar por guloseimas mais saudáveis, como as barras de cereais ou frutas secas que vêm com uma cobertura de chocolate. "Assim, a pessoa satisfaz a vontade de comer o chocolate, mas ingere pequena quantidade e, ainda por cima, consome frutas ou cereais", raciocina Isabela.

Ela afirma ainda que o chocolate é um alimento de difícil digestão. Para reduzir a absorção de sua gordura no intestino, uma dica é combinar seu consumo com uma fruta, que pode ser uma maçã, por exemplo. Além disso, a fruta vai ajudar a diminuir a quantidade de chocolate consumido.

Em relação ao diabético, Isabela não aconselha a opção pelo chocolate dietético. Esse produto contém maior quantidade de gordura hidrogenada como alternativa para ganhar consistência em substituição ao açúcar, o que pode ser danoso principalmente para o diabético tipo 2 ou para quem já está com níveis inadequados de triglicérides e colesterol.

"É melhor que o diabético consuma moderadamente o chocolate amargo ou meio amargo, desde que faça a contagem de carboidratos de sua alimentação total no dia, para não ultrapassar sua recomendação", diz a nutricionista.

Como o diabético deve se alimentar durante a Páscoa?

Ninguém questiona que a Páscoa é um período de grandes tentações gastronômicas, só perdendo em "quantidade de provocações" para o período de Natal. Além do chocolate, presente nos ovos das mais variadas combinações, sabores, tamanhos e procedências, ainda vêm os bolos de época e os almoços fartos e tentadores do domingo.

Como é que o diabético pode, sem deixar de aproveitar as delícias, passar por esse período sem transtornos? A resposta está na entrevista da nutricionista Isabela Pimentel, do Hospital do Coração de São Paulo, que dá algumas dicas sobre como comer chocolates e guloseimas e manter a glicemia em ordem.

Isabela Pimentel - "Como os ovos de Páscoa são presenteados no domingo, o indicado é que a pessoa procure fazer nesse dia uma alimentação equilibrada. Não é aconselhável procurar compensar o excesso do domingo com uma dieta mais restritiva um dia antes ou um dia depois, porque isso pode levar a uma descompensação. Por isso, no próprio domingo o diabético deve procurar ter refeições menos ricas em gordura do que o usual, uma vez que a gordura está presente no chocolate.

Tradicionalmente, em nossa cultura, evitamos a carne vermelha apenas na sexta-feira santa e, no domingo, o almoço costuma ter massas ou até mesmo transformar-se num churrasco. Quem for comer ovos de Páscoa, porém, deve preferencialmente se alimentar de carne branca no domingo e acompanhá-la com um prato bem variado e colorido de salada com verduras e legumes crus: alface, rúcula, tomate, cenoura ralada, rabanete, pepino. Além de ajudar no equilíbrio da alimentação, o prato é bonito e motiva a pessoa a ter uma boa refeição.

Também é aconselhável que se compense o consumo de chocolate com menor ingestão de carboidratos, para que haja menos impacto sobre o peso e sobre a glicemia. Por isso, batatas, risotos e massas devem ser preferencialmente evitados ou consumidos em pequena quantidade.

Com essas precauções, é possível comer os tão tentadores ovos de Páscoa sem culpa. Nesse quesito, o aconselhável é mesmo optar pelos produtos dietéticos. Ao contrário do que se pensa, nem todos os chocolates dietéticos contêm mais gordura do que os produtos tradicionais. O segredo é ver na embalagem e comparar, optando por aqueles que contêm menor quantidade de gordura. Não vale trocar pelo chocolate amargo tradicional, porque mesmo sendo amargos eles têm açúcar em sua composição e seu consumo só pode ser feito se a pessoa tiver sua alimentação baseada na contagem de carboidratos.

Recomendo que o consumo do ovo de Páscoa seja feito de preferência como sobremesa, depois de uma refeição rica em fibras, porque isso retarda a absorção da gordura. E cuidado com as quantidades. Não se deve abusar. O indicado é consumir apenas 30 gramas de cada vez. O que sobrar deve ser guardado para outros dias, procurando comer em dias alternados".

Diabetes Melito tipo 1, Hipoglicemia e Síndrome de morte súbita no leito

A síndrome denominada de morte súbita no leito ou como originalmente descrita no idioma inglês Dead in Bed syndrome foi descrita pela primeira vez em pacientes com diabetes melito tipo 1 em 1991 pelos pesquisadores Tattersal RB e Gil GL. Essa entidade clínica caracteriza-se por morte súbita no leito durante a noite em indivíduos jovens com diabetes melito tipo 1. Normalmente, esses pacientes são encontrados mortos no leito sem qualquer sinal de violência física ou de envenenamento que pudesse ser suspeitado como causa da morte. De comum entre eles, os familiares referiram vários episódios prévios de hipoglicemias graves. Inicialmente, como causa dessas mortes foi levantada à hipótese de taquiarritmia ventricular precipitada pelas hipoglicemias graves noturnas, principalmente em pacientes com sinais clínicos sugestivos de neuropatia autonômica cardíaca.
Mais recentemente, foi demonstrado em pacientes com diabetes melito tipo 1 monitorados por meio de eletrocardiograma que durante os episódios de hipoglicemias graves ocorre aumento do intervalo QTc. É bem sabido que essa alteração eletrocardiográfica está relacionada à taquiarritmias ventriculares. Além disso, os fenômenos hipoglicêmicos graves estão associados à liberação excessiva de catecolaminas e em muitos casos, também evoluem com diminuição do potássio sérico. Essas alterações bioquímicas podem potencializar o efeito arritmogênico ventricular relacionado ao prolongamento do intervalo QT.
Para melhor entendimento dessa síndrome, é evidente que faltam evidências consistentes e mais estudos dirigidos para que possamos associar os fenômenos hipoglicêmicos graves e a disfunção autonômica cardíaca como desencadeantes de taquiarritmias ventriculares e conseqüentemente à morte súbita durante a noite.
Na prática, os médicos assistentes e os familiares dos pacientes com diabetes melito tipo 1 devem estar atentos em relação a episódios de hipoglicemias graves noturnas, principalmente em indivíduos com diabetes de longa duração, não controlados de maneira adequada e com concomitância de alguns sinais clínicos sugestivos de neuropatia autonômica, tais como taquicardia de repouso, gastroparesia, hipotensão postural, síncopes e outros.
Por Dr. Antônio Carlos Pires.
Fonte: www.diabetes.org.br

Terapia agressiva pode fazer mal a diabético

São Paulo - Tratamentos rigorosos para diminuir o risco de problemas cardiovasculares em pacientes com diabete tipo 2 mostraram-se ineficientes. Eles podem até potencializar os efeitos colaterais por causa da quantidade de remédios administrados. Essas são as conclusões de dois grandes estudos recém-publicados na revista científica "The New England Journal of Medicine".

Os pesquisadores queriam saber, por exemplo, se reduzir a pressão sistólica - a força com que o sangue é impulsionado para fora do coração - para o limite de 120 milímetros de mercúrio protegeria diabéticos com elevados níveis de colesterol e histórico de doenças cardiovasculares.

Os 4.733 voluntários foram divididos em dois grupos. Metade recebeu tratamento intensivo para diminuir a pressão a níveis inferiores a 120 milímetros. Os demais passaram pela terapia-padrão para diabéticos nos EUA, que visa a manter a pressão em até 140 milímetros.

Conclusão: embora tenham alcançado a meta, os pacientes do primeiro grupo não ficaram isentos de ataques cardíacos e se tornaram mais suscetíveis aos efeitos colaterais dos medicamentos, como o aumento da função renal e dos níveis de potássio no sangue. Eles tomaram uma média de 3,6 remédios, ante 2,1 dos diabéticos do segundo grupo.

Colesterol

Diabéticos tendem a apresentar baixos níveis do chamado colesterol bom (HDL) e altos índices de triglicérides no sangue, uma combinação que aumenta os riscos de doenças cardiovasculares. Para investigar o problema, outro estudo avaliou 5.518 voluntários. Um dos grupos recebeu sinvastatina, medicamento para reduzir o colesterol. O outro recebeu o mesmo remédio associado a um fibrato, tipo de droga que diminui o colesterol ruim e aumenta o HDL. O grupo que recebia dois remédios não teve nenhum benefício quando comparado ao grupo que só tomou um. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Remédio da família da aspirina ajuda diabéticos, sugere experimento

Um anti-inflamatório genérico e barato, da família da aspirina, ajudou pacientes de um experimento clínico a administrar seu diabetes tipo 2 e reduzir seu nível de açúcar no sangue – contribuindo para provar que a inflamação desempenha uma função no diabetes, e possivelmente apontando para novas abordagens terapêuticas para essa doença.
O medicamento, chamado de salsalate, que é parente da aspirina, mas não age com tanta força no estômago, foi usado durante anos para tratar artrite e dor nas juntas. Pacientes que o tomaram, como parte de um experimento clínico aleatório conduzido por pesquisadores do Centro de Diabetes Joslin, melhoraram seus níveis de açúcar no sangue depois de três meses – com aqueles sob as maiores dosagens reduzindo seus índices de hemoglobina A1C numa média de 0,5%. Os pacientes que tomaram o medicamento também mostraram redução nos triglicérides.
“O potencial é realmente estimulante”, disse a Dra. Allison B. Goldfine, diretora de pesquisa clínica e principal autora do artigo, que será publicado na próxima edição de Annals of Internal Medicine. “Pode ser que tenhamos uma nova classe de agentes terapêuticos para tratar pacientes com diabetes tipo 2, e, quando se tem um novo agente que é seguro, eficaz e barato, isso é muito animador”.
O mais importante é que o trabalho pode ajudar a desvendar as causas fundamentais do diabetes, afirmou o Dr. Steven E. Shoelson, autor sênior do artigo, chefe da seção de pesquisa em patofisiologia e farmacologia molecular do Centro Joslin e professor de medicina na Escola de Medicina de Harvard.
“Se pudermos descobrir como isso funciona, poderemos desvendar algumas das causas primárias da diabetes, como a obesidade promove inflamações e como a inflamação causa diabetes e outros problemas crônicos de saúde”, disse Shoelson.
Entretanto, os dois autores agregaram uma nota de alerta, dizendo que mais pesquisas eram necessárias antes que os médicos possam prescrever o salsalate.
Pouco mais de 100 pacientes completaram o experimento clínico randômico, e alguns experimentaram efeitos colaterais negativos – como uma elevação do LDL, o chamado colesterol ruim.
O efeito colateral mais comum foi experimentado por pacientes que tomavam medicamentos contra diabetes, chamados Sulfonylureas, e passaram por episódios de leve hipoglicemia, uma queda no nível de açúcar no sangue que pode ser perigosa.
Especialistas que não estavam envolvidos no experimento concordaram que experimentos maiores devem ser feitos, e afirmaram que o impacto do medicamento nos níveis de glicose do sangue era moderado. Porém, eles também disseram que as descobertas eram animadoras por sugerirem que o diabetes tipo 2 poderia ser tratado ao focar na inflamação original.
“Isso expande o arsenal terapêutico contra a doença”, disse o Dr. Domenico Accili, diretor do Centro de Pesquisa de Diabetes e Endocrinologia da Universidade de Columbia.
Como a aterosclerose é considerada um estado inflamatório, essa abordagem também pode reduzir potencialmente o risco de complicações cardiovasculares associadas ao diabetes, explicou ele.
A Dra. Meredith Hawkins, professora de medicina da Universidade Albert Einstein, disse também que o trabalho mostrava que “a inflamação é um bom alvo em termos de tratar o diabetes – e isso é algo sobre o que já vimos falando por bastante tempo”.
A pesquisa está sendo financiada pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos e pelo Instituto nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e dos Rins.
O salsalate é vendido, nos Estados Unidos, a menos de cinquenta centavos por pílula, e não apresenta a oportunidade de lucro que atrairia grandes empresas farmacêuticas a conduzir a pesquisa. Contudo, com os estimados 23,6 milhões de norte-americanos já sofrendo de diabetes, e um adicional de 57 milhões com pré-diabetes, o governo federal tem um enorme interesse em desenvolver novos tratamentos.
Como parte do experimento, pesquisadores de 17 diferentes centros escolheram aleatoriamente 108 indivíduos, com idades entre 18 e 75 anos, para quatro tratamentos distintos – três dos quais incluíam diferentes quantidades de salsalate em três doses diárias, enquanto os pacientes no quarto grupo recebiam placebo, ou pílulas falsas.
Os pacientes continuaram com seu tratamento regular de diabetes tipo 2 ao longo do estudo. Depois de três meses, os pacientes que tomavam salsalate apresentaram uma probabilidade muito maior de ter melhorado seus níveis de açúcar no sangue do que aqueles tomando placebo, sendo que os pacientes com as maiores dosagens – de 4 gramas por dia – apresentaram as melhoras mais significativas.