segunda-feira, 19 de abril de 2010

TRATAMENTO DO PÉ DIABÉTICO E FERIDAS COMPLEXAS

O Pé Diabético, principal causa de amputação do membro inferior (risco de 15 a 40 vezes maior), mais do que uma complicação do Diabetes, deve ser considerado como uma situação clínica bastante complexa, que pode acometer os pés e tornozelos de indivíduos portadores de Diabetes Mellitus; tem como principais fatores de risco, a neuropatia periférica e a limitação da mobilidade articular; assim, pode reunir características clínicas variadas, tais como alterações da sensibilidade dos pés, presença de feridas complexas, deformidades, alterações da marcha, infecções e amputações, entre outras. A abordagem deve ser especializada e deve contemplar um modelo de atenção integral (educação, qualificação do risco, investigação adequada, tratamento apropriado das feridas, cirurgia especializada, aparelhamento correto e reabilitação global), objetivando a prevenção e a restauração funcional da extremidade.

Dados epidemiológicos demonstram que o pé diabético é responsável pela principal causa de internação do portador de diabetes. A Organização Mundial de Saúde reconhece que a saúde pública se depara com um sério problema em relação ao diabetes. A previsão para o ano de 2025 é de mais de 350 milhões de portadores de diabetes. Destes, pelo menos 25% vão ter algum tipo de comprometimento significativo nos seus pés.

Atualmente, estima-se que, mundialmente, ocorram duas amputações por minuto às custas do pé diabético, sendo que 85% destas são precedidas por úlceras.

A tendência atual, em virtude da abordagem e resultados mais eficientes, vem apontando para a necessidade da inserção de todos os pacientes portadores de diabetes em centros integrados por multiprofissionais capacitados no manejo especializado do pé diabético. Estatisticamente vale a pena ressaltar que 50% dos portadores de diabetes desconhecem que têm este diagnóstico.


Portanto, é de suma importância a busca desses pacientes, que também desconhecem apresentar um pé
de risco para a manutenção sadia da extremidade. Aqueles que já conhecem o seu diagnóstico, devem ser submetidos a exame clínico pormenorizado e categorizados em grupos de risco, onde então receberão
proposta terapêutica e seguimento clínico individualizados.

GUIA BÁSICO DE CUIDADOS COM O PÉ DIABÉTICO

1. Lavar os pés diariamente; 2. Secar os pés muito bem, sobretudo entre os dedos; 3. Manter a pele limpa e hidratada; 4. Checar os pés todos os dias; 5. Usar lixas de unhas, gentilmente, para os cuidados ungueais básicos; 6. Manter os pés aquecidos e protegidos por meias, palmilhas e calçados bem adaptados, sempre prescritos e monitorados pelo médico especializado; 7. Nunca andar descalço; 8. Verificar o interior dos calçados todos os dias; 9. Manter a glicemia sob controle; 10. Não fumar e seguir as orientações médicas regulares de profissional especializado.

Dr. Fábio Batista - DOUTOR EM CIÊNCIAS E CHEFE DO AMBULATÓRIO INTERDISCIPLINAR DE ATENÇÃO INTEGRAL AO PÉ DIABÉTICO DO SETOR DE MEDICINA E CIRURGIA DO PÉ DO DEPTO DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA
DA UNIFESP
 
FONTE: http://diabeticos.ning.com/profiles/blogs/tratamento-do-pe-diabetico-e

Um comentário:

  1. Dr. Fábio, gostaria de saber qual o tratamento específico para o pé diabético, pois estou fazendo o meu tcc do curso de enfermagem sobre esse assunto. Grata.

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