sexta-feira, 26 de março de 2010

Primeiro pâncreas artificial totalmente computadorizado melhora o tratamento e evita o risco de hipoglicemia durante o sono.

O diabetes tipo 1 aparece sem avisar. Não existe causa ou explicação. O pâncreas deixa de produzir insulina, e sem ela não temos energia. Quem se depara com o diagnóstico da doença precisa seguir uma dura rotina: medir constantemente o nível de açúcar no sangue e injetar insulina diversas vezes ao dia.

Para facilitar a vida de quem deve passar por isso pelo resto da vida, cientistas da Universidade de Cambridge (Reino Unido), em parceria com a Fundação Internacional de Pesquisa de Diabetes Juvenil, conseguiram montar um sistema capaz de imitar as funções do órgão humano debilitado. O objetivo do primeiro pâncreas artificial totalmente computadorizado é melhorar o tratamento e evitar o risco de hipoglicemia durante o sono.

O novo método de aplicação tem três componentes acoplados: um monitor de nível glicêmico contínuo, uma bomba de insulina e um programa de computador que faz o cálculo necessário para as aplicações

– As bombas já são bem conhecidas e estima-se que há 300 mil usuários no mundo. O medidor é uma tecnologia mais recente, usado por cerca de 10 mil pessoas. O foco da pesquisa é desenvolver um programa para calcular a dosagem certa e criar dispositivos integrados para facilitar a vida dos pacientes – afirma um dos autores, Roman Hovorka.

Manter o nível de açúcar no sangue durante uma noite de sono é uma das dificuldades para diabéticos do tipo 1, especialmente crianças. A glicose pode cair sem que o diabético perceba, podendo provocar algum ataque ou até levar ao coma.

– Quando dormimos ficamos de oito a 12 horas sem comer, então o risco de hipoglicemia aumenta. Geralmente, recomendamos ao paciente tomar uma atitude preventiva, comer um carboidrato antes de dormir. O pâncreas artificial não é uma novidade ou necessidade, mas pode facilitar o tratamento – opina Reginaldo Albuquerque, endocrinologista e membro da Sociedade Brasileira de Diabetes.

O estudo de Cambridge conseguiu comprovar que o sistema automático é mais eficaz do que o tratamento convencional para ajudar a manter o controle durante a noite. A forma como o pâncreas artificial vai ser usado ainda deve ser definida pelos cientistas. Os testes clínicos ainda estão na fase inicial.

COMO FUNCIONA
1 - Sensor de glicose
Um monitor permanente é colocado no abdômen para medir o nível de glicose no sangue.
2 - Algoritmo
As informações são transmitidas por um programa de computador para comandar a necessidade e a quantidade da dose de insulina.
3 - Bomba de insulina
O dispositivo faz a aplicação na pele do paciente.

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