quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Diabéticos podem fazer cirurgia plástica ?

O Prof. Dr. Ivo Pitanguy comenta: : a não ser que o diabetes esteja descontrolado ou que o paciente apresente um problema grave de saúde, não há contra-indicação para a cirurgia plastica.


A cicatrização também não é problema, se a taxa de glicemia estiver bem equilibrada.

Seguindo essas precauções, pessoas com diabetes tipo 1 ou 2 podem fazer qualquer tipo de cirurgia plástica, com resultados tão bons como costuma ocorrer com quem não tem diabetes.

Diabetes em mulher influencia a vida sexual?

São vários os fatores que parecem influenciar na sexualidade da mulher diabética. Muitos estudos demonstram claramente esta associação no homem, desde a alteração da libido até a disfunção erétil. Nas mulheres, a disfunção sexual ocasionada pelo diabetes não está totalmente esclarecida; alguns estudos relacionam também a doença com alterações do desejo sexual e excitação.


Podemos citar a interferência biológica do diabetes relacionada à idade, estado de saúde geral, presença de algumas doenças associadas, como vulvo vaginite por cândida, e alterações importantes dos níveis de açúcar no sangue, que interferem negativamente na sexualidade, levando a quadros dolorosos, mal-estar e fadiga.

Os fatores psicológicos têm ligação principalmente com o humor, auto-estima e ansiedade em relação à doença. Muitas mulheres sentem-se ansiosas no que diz respeito à contracepção segura e eficaz, às vezes por receio próprio ou mesmo do médico não fazem uso de métodos contraceptivos seguros e confortáveis, vivendo sob constante medo de uma gravidez, e até mesmo modificando toda sua forma de relacionar-se sexualmente.

O uso de diversos fármacos, em geral, como aqueles utilizados para o tratamento arterial, e algumas outras doenças associadas ao diabetes também podem influenciar negativamente na sexualidade.

Para ter uma vida saudável, o diabético deve manter os níveis glicêmicos controlados, pois quanto mais próximo do normal a glicose se mantiver ao longo da vida, mais o diabético estará adiando as complicações.

É muito importante uma vida salutar, atividade física compatível com sua condição e ao mesmo tempo que lhe traga prazer. Deve-se evitar, a todo custo, uma vida sedentária.

Devemos tratar as complicações relacionadas ao diabetes, como as já mencionadas anteriormente, proporcionando uma melhor condição de saúde. É importante ter em mente o reconhecimento da doença, a estabilidade emocional, e procurar atender a seus desejos perante os limites impostos pela realidade da vida, a que estão sujeitos todos os seres humanos.

Por fim, cito Freud, o pai da psicanálise, quando descreve os limites da vida: ''A fragilidade do corpo, as forças dominantes do mundo externo e a inadequação de seus relacionamentos são as principais causas de infelicidade e dor para todo ser humano''. Portanto, o diabético deve procurar se adaptar às condições que a doença muitas vezes lhe impõe.

Mitos e Verdades

- Mito: o diabético sempre terá restrições em sua vida sexual

- Verdade: o bom controle físico e emocional propiciará ao diabético uma vida saudável e normal


Marcelo Mendonça, ginecologista

Respeite o limite máximo indicado nos rótulos dos adoçantes

Apesar de os riscos ainda não terem sido totalmente comprovados, é preciso cautela e moderação na hora de consumir adoçantes. Existe uma cota máxima diária aconselhada, que é calculada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e baseada no peso de cada pessoa (ver tabela no final desta reportagem). "O consumo indicado é de três a cinco gotas ou um sachê por copo", explica a nutricionista Cristiana Mara Cedra.


Para evitar problemas futuros, é importante prestar muita atenção à quantidade de adoçante consumido. Na conta devem entrar não apenas os adoçantes de mesa (líquidos ou em sachê), mas também produtos diet ou light que contenham essas substâncias em sua composição, como iogurtes, chocolates, bolos e especialmente refrigerantes.

"O problema ocorre justamente porque o consumidor pode ultrapassar facilmente a ingestão diária aceitável. Se uma criança (de 30kg) consumir uma lata desses refrigerantes rotulados como 'zero' ou 'diet', já excedeu o seu limite diário de ciclamato. O mesmo ocorre se um homem (70kg) consumir 2,8 latas ou se uma mulher (55kg) consumir duas latas", exemplifica a nutricionista Vanessa Kirsten, professora e coordenadora do Curso de Nutrição do Centro Universitário Franciscano (Unifra), no Rio Grande do Sul.

O melhor modo de controlar a ingestão de adoçantes é reduzir ao máximo seu consumo e o de produtos diet, preferindo sempre uma alimentação mais natural e, portanto, mais saudável. Nos situações em que isso não for possível, o mais indicado é optar por adoçantes naturais, como o stévia e a sucralose. "Eu aconselho os meus pacientes a tirarem todo o excesso de produtos químicos e aumentar o consumo de antioxidantes na alimentação", afirma Cedra.

Outro conselho útil é diversificar o uso de adoçantes. "Assim, evitam-se reações adversas decorrentes de possíveis acúmulos no organismo", diz Vanessa Kirsten.



ADOÇANTE - CARACTERÍSTICA - CONTRAINDICAÇÃO - LIMITE DIÁRIO
Sacarina - sintético e extraído de um derivado do petróleo (não calórico) - hipertensos -5 mg/kg

Ciclamato - sintético e composto à base de um derivado de petróleo (não calórico) - hipertensos -11 mg/kg

Aspartame - produzida a partir de dois aminoácidos encontrados normalmente nos alimentos (4 kcal/g) - fenilcetonúricos -40 mg/kg

Acessulfame K - sal de potássio sintético produzido a partir de um ácido da família do ácido acético (não calórico) - pessoas com deficiências renais que necessitam limitar a ingestão de potássio -15 mg/kg

Stévia - extraído da planta Stevia rebaudiana, natural do Paraguai, Brasil e Argentina (não calórico)-  não existem restrições de consumo -5,5 mg/kg

Frutose - extraído de frutas e do mel (4 kcal/g) - contraindicado para quem está com excesso de triglicerídeos - não existe limite

Xilitol, Sorbitol e Manitol - álcoois de açúcar obtidos pela redução da glicose (sorbitol) e frutose (manitol) e também pela hidrogenação da xilose (xilitol) (4 kcal/g) - podem causar diarreia quando ingeridos em excesso e e aumentam a perda de minerais pelo organismo -15 mg/kg

Sucralose - derivado do açúcar que, através de processos químicos, tem três átomos de cloro substituídos por três grupos de hidrogênio-oxigênio na molécula do açúcar. - Essa troca faz com que o açúcar torne-se um adoçante artificial não metabolizado pelo corpo, por isso sem calorias não existem restrições de consumo -15 mg/kg

Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS)

Contraindicações

Existem grupos que precisam de cuidado redobrado na hora de escolher um adoçante. Pessoas hipertensas, por exemplo, devem evitar consumir adoçantes à base de ciclamato ou sacarina, pois ambos contêm sódio em sua composição, elemento que é responsável pelo aumento da pressão arterial.

Pessoas portadoras de fenilcetonúria (uma rara doença genética que impede o metabolismo e a eliminação do aminoácido fenilalanina e pode resultar em atraso mental e outros problemas neurológicos) não devem consumir adoçantes à base de aspartame, pois este contém a fenilalanina em sua composição. Já o adoçante acessulfame K possui potássio em sua composição, e deve ser evitado por pessoas com deficiências renais.

A ingestão de adoçantes por crianças também merece atenção especial. Isso porque, por terem peso menor, o consumo diário recomendado é bem menor do que o de um adulto, sendo preciso mais cuidado para controlar a quantidade ingerida. Além disso, não é recomendável a substituição dos açúcares por adoçantes nesta faixa etária. "Não é aconselhado que crianças utilizem produtos diet e adoçantes, exceto se elas tiverem alguma patologia específica como o diabetes. Pois estão em fase de crescimento e precisam da energia disponível em fontes de carboidratos", aponta Kirsten.

Médico acompanha diabetes via internet


Um programa do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) ajudará pacientes diabéticos usuários de insulina a ter um melhor controle da doença e um acompanhamento médico a distância.
O projeto piloto oferecerá tratamento personalizado a 800 pessoas e permitirá que os médicos fiquem mais próximo dos pacientes, já que receberão periodicamente pela internet os resultados dos testes de glicemia realizados três vezes ao dia.
 “O que estamos trazendo de novo é associar a internet ao controle mais rígido do paciente diabético, melhorando sua qualidade de vida, e tendo menos eventos de descompensação e complicações crônicas da doença como infartos, derrames cerebrais, amputações e cegueira”, afirmou o diretor do Serviço de Endocrinologia do Iamspe, Evandro Portes. Atualmente o Iamspe, que atende servidores públicos estaduais e seus dependentes, acompanha 100 mil pacientes com diabetes.
Com o monitoramento dos pacientes, o médico poderá até antecipar a consulta ou mudar o tratamento caso os exames apontem essa necessidade. Quem fizer parte do grupo chamado de Telemedicina para Diabéticos receberá todo o material necessário para fazer o exame em casa: insulina, lancetas, fitas e um glicosímetro individual para realização dos exames de glicemia em casa. Os dados ficam armazenados no glicosímetro e são invioláveis.
“A cada sete ou 15 dias o paciente transmite essas informações por meio de centrais de dados que estarão espalhadas pelo Hospital do Servidor Público Estadual na capital e em algumas cidades do interior. Esses dados vão para um outro arquivo onde serão compilados e disponibilizados para o médico via internet para que os responsáveis pelo paciente tenham acesso a essas informações e assim orientem melhor o tratamento”, explicou Portes.
Os dados armazenados no prontuário eletrônico permitem ainda que um médico de outra unidade de saúde ou familiar, mesmo fora da cidade ou do estado, tenham acesso às informações por meio de uma senha.
“Se os níveis glicêmicos estiverem fora do proposto para esse paciente ele será reorientado por um grupo de profissionais [médicos, enfermeiras, nutricionistas, assistentes sociais] que dará suporte ao paciente para ajudá-lo a resolver os problemas que estão fazendo sua glicemia aumentar. Com esse tratamento vamos ter segurança de que o paciente está com um bom controle.”
A escolha dos pacientes para o grupo atenderá critérios médicos definidos previamente que incluem a maior necessidade de um monitoramento para estabilização da doença. O paciente já deve ser atendido e receber tratamento no Iamspe. Os interessados em participar do grupo devem se inscrever para avaliação na Central de Atendimento do instituto no telefone (11) 5583 7001, de segunda a sexta, das 7h às 19h.